quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Literatura Surda


Segundo Bernardino (2010, p. 2), “a cultura surda está diretamente relacionada ao uso da Língua de Sinais. A língua é um fator de identificação do sujeito, e não é diferente entre os surdos”. Dessa forma, a língua de sinais é um símbolo de identidade e de luta dos surdos, sendo também um meio de interação social e de compartilhamento de experiências, crenças e valores (BERNARDINO, 2010, p. 5).

Características que fazem parte da Cultura Surda -  Bernardino (2010, p. 3-5):


Ø  a existência de clubes e associações de surdos;
Ø  a valorização do compartilhamento de informações;
Ø  ser direto no que diz, sem “rodeios”;
Ø  estarem juntos e participar de atividades sociais e esportiva juntos;
Ø  valorização do contato físico: abraço, o toque, etc.;
Ø  o sinal-nome, que é um nome de batismo dado pela pessoa surda e que, geralmente, tem a ver com uma característica marcante da pessoa ou a primeira letra do seu nome, etc.

 

 “a literatura do reconhecimento é de importância crucial para as minorias linguísticas que desejam afirmar suas tradições culturais nativas e recuperar suas histórias reprimidas”  Karnopp (2006, p. 100)

As Literaturas Surdas podem ser definidas como “aquelas que são contadas em língua de sinais, sejam frutos de tradução ou não, podendo ter um tema relacionado com surdos ou não”. Ela não precisa ser contada exclusivamente em língua de sinais, ou seja, ela também pode ser escrita, porém, o tema deve ser relacionado aos surdos (MORGADO, 2011, p. 21).

A Literatura Surda, quando realizada através de sinais, utiliza-se de vários recursos próprios das línguas de sinais(parâmetros). De acordo com Rosa & Klein (2009, p. 3), “os sinalizantes contam as histórias em Língua de Sinais os quais produzem os classificadores, expressões corporais e faciais que são recursos linguísticos altamente visuais”.

A Literatura Surda é composta por “histórias, contos, lendas, fábulas, anedotas, poesia, jogos, piadas e caricaturas” (BAHAN et all, 1996, apud MORGADO, 2011, p. 24

                                   Segundo Karnopp (2008, p. 6):

Surdos reúnem-se frequentemente para contar histórias e, entre as preferidas, estão as histórias de vida, as piadas e aquelas que incluem elementos da cultura surda, com personagens surdos, com tramas que, em geral, envolvem as diferenças entre o mundo surdo e o ouvinte.



 O humor é uma característica mito forte na Literatura Surda, sendo necessário ser fluente na língua de sinais para conseguir compreender algumas de suas sutilezas linguísticas (MORGADO, 2011). É possível distinguir cinco diferentes formas de humos na Literatura Surda. Morgado (2011, p. 54)


  1. Imitação de filmes, de pessoas, de animais, de objetos que possam ser incorporados e retratados a partir de expressões corporais e faciais;
  2. Brincadeiras com configurações do alfabeto ou dos números, em que o contador pode criar uma história a partir delas;
  3. Brincadeiras com o movimento ;
  4. Brincadeiras com temas tabu;
  5. Anedotas que vão passando de mão em mão e de país para país, entre os surdos.












A poesia em língua de sinais possui uma forte ligação com o poeta surdo, já que ela reflete sua identidade e espelha seus sentimentos (MORGADO, 2011).


 
A tirinha “é uma das formas literárias preferidas pela comunidade surda, sobretudo devido ao seu caráter visual e menor recurso à língua escrita” (MORGADO, 2011, p. 22).
 

 
Há também os livros infantis para surdos, as narrativas autobiográficas de surdos e alguns clássicos adaptados e traduzidos para o sistema de escrita SignWriting
 


 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 




 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Pensadores em sinais



 
 
Antônio Gramsci foi um filósofo, político, cientista político, comunista e antifascista italiano. O filósofo e sociólogo italiano aparece em seus retratos com uma farta cabeleira.

 Logo, o sinal validado foi o da mão aberta com os dedos para cima, colocada em frente à testa, com a palma voltada para a testa, fazendo movimentos para cima.
 

 Paulo Freire: Paulo Reglus Neves Freire foi um educador, pedagogista e filósofo brasileiro. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da Pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica.
Uma característica física também foi o fator que levou à definição do sinal para o educador brasileiro:  
                  mão fechada no queixo, puxando para a frente, indicando a existência da barba.
 
 


 Stuart Hall: Stuart Hall foi um teórico cultural e sociólogo jamaicano que viveu e atuou no Reino Unido a partir de 1951.
O sinal associa o nome de Hall à marca da bala que arde na boca, o que levou à tradução ser feita        com o movimento de abanar a boca, para o lado.



Sigmund Freud:
Sigmund Schlomo Freud, mais conhecido como Sigmund Freud, foi um médico neurologista e criador da Psicanálise.
                                   letra "F" com um movimento que faz alusão a um cachimbo.
 


 Karl Marx:Karl Heinrich Marx foi um intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna, que atuou como economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista.             
                             letra "M" na parte superior da boca, em referência ao bigode.

 Michel Foucault:Michel Foucault; Poitiers, 15 de outubro de 1926 — Paris, 25 de junho de 1984 foi um filósofo, historiador das ideias, teórico social, filólogo e crítico literário
                         letra "F" circulando por cima da cabeça, fazendo menção a sua calvície.

 
 
VAMOS APRENDER?????
 

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